sexta-feira, 5 de março de 2010

Servir a Deus, ou a Mamom?


No texto de Lucas 16, entre tantas lições extraordinárias, tem um detalhe de fato intrigante, que é quando Jesus louva, ou, elogia, o mordomo infiel pela sua iniciativa de “granjear amigos” com os recursos alheios, do seu patrão, conforme texto abaixo.

Lucas  16:1 ... “Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. 2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. 3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. 4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E, chamando a {si} cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e, assentando-te já, escreve cinqüenta. 7 Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. 8 E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. 9 E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10 Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. 11 Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? 12 E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de aborrecer um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. 14 E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas {coisas}, e zombavam dele.”

O homem rico, da parábola, naturalmente que representa Deus, o Criador e o Senhor de todas as coisas; o mordomo infiel representa um homem comum, que ainda não tenha aceitado a Jesus como seu Salvador. O mordomo, depois de denunciado e chamado à atenção (é importante notar que Deus não age sem antes dar um aviso!), admite que “cavar” o seu sustento ele não pode, mas ele também não se dispõe a “mendigar”, pedir, implorar. Aqui vemos uma importante tomada de posição por parte do mordomo; ele se admite necessitado, mas, o orgulho e a soberba da vida o impedem de se arrepender, de pedir o perdão de que necessitava e de corrigir as suas falhas; ele não achou que podia pedir e nem aceitar a salvação que é concedida ao de graça, sem qualquer pagamento. Preocupado com a sua própria subsistência, ele decide “comprar” a simpatia dos seus conservos utilizando para isso os bens do seu patrão; e, com esse ato de prudência, ele consegue ser “louvado”, elogiado, por Jesus! E, o que é mais curioso ainda, Jesus dá aqui um mandamento que muitos estranham... “9- E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça...”!

Para entendermos o sentido do que Jesus está dizendo, no verso nove, basta dar uma olhada no verso quatorze, onde vemos Jesus não está dando esse “mandamento” para os salvos, e sim, para os fariseus avarentos e adoradores de mamom! A sua afirmação de que os filhos desse mundo são mais prudentes, “espertos” que os filhos da luz, é uma alerta muito importante para nós, os salvos pela Graça de Deus! Em Apocalipse Ele mesmo é quem nos diz que preferiria que fossemos ou quente, ou então frios; o crente morno, avarento e desinteressado pela justiça divina, causa-lhe ânsias de vômito! Não podemos servir a dois senhores! Ou servimos a Deus, ou então corremos atrás das riquezas deste mundo.

Quanto à expressão “para que ...vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” isso é muito simples. A Bíblia nos ensina que estamos todos indo para a casa eterna; ou para a eternidade no céu, com Deus, seus anjos e também com todos os salvos, ou, para a eternidade com o diabo, seus anjos caídos e com todos os que não aceitaram a salvação providenciada por Deus, em Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim como no céu havemos todos de receber os galardões pelos nossos atos de justiça, também no inferno as pessoas serão mais, ou, menos, galardoadas pelo que fizeram de bom aqui neste mundo seja de bom, ou, de mal; ou seja, uma pessoa que tenha sido bondosa, caridosa, prestativa e humanitária, mas que não foi salva por Jesus, ela irá, sim, para o inferno; mas ela certamente não sofrerá o mesmo que uma pessoa como os tantos corruptos, bárbaros e violentos assassinos de todos os tempos. No livro de Mateus temos duas citações do próprio Cristo que diz: “E qualquer que tiver dado só que seja um copo d'água... em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” Quando a Bíblia diz “qualquer” pessoa, é qualquer um mesmo; independente da raça, ideologia política, religião, se salvo ou não e etc. O que nos leva a concluir que a justiça de Deus não permitirá que, mesmo no inferno, todos tenham a mesma sorte e o mesmo “galardão” eterno.

by,  Enih Gil’ead

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